O que é?
Atualmente, muito se ouve falar da Indústria 4.0, mas você sabe o que realmente significa e quais suas aplicações na indústria?
“Estamos no início de uma revolução que está mudando fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos um com outro”, segundo Klaus Schwab – engenheiro, economista alemão e um dos percussores do Fórum Econômico Mundial -.
O termo indústria 4.0 trata-se de um novo modelo de produção em que máquinas, ferramentas e processos são conectados à internet através de sistemas físicos, interagindo entre si com a capacidade de operar, tomar decisões e se corrigir de forma praticamente autônoma.
A seguir, aprenderemos quais as principais tecnologias da revolução 4.0 e também como todas elas podem ser agregadas em linhas de pintura num contexto macro de interação.
Principais ferramentas da Indústria 4.0
SmartFactory: Também conhecido como fábrica inteligente o conceito Smart Factory consiste em apresentar uma fábrica equipada com sensores e dispositivos que se comunicam com o objetivo de coletar e controlar dados em tempo real.
BigData: Refere-se ao sistema de analise de dados baseado nos termos 5V’s, que são: volume, veracidade, velocidade, variedade e valor. Este sistema auxilia o consumidor no entendimento de sua real necessidade.
Internet of Things (IoT): IoT é o conceito definido como rede de comunicação onde dispositivos mecânicos, sensores, atuadores e softwares conduzem a conectividade entre o ambiente físico e ambiente digital. A conectividade entre esses ambientes pode fornecer dados que auxiliarão na manutenção de maquinários, melhorarão a proficiência dos profissionais e também encaminharão os dados para uma analise de engenharia reversa oferecendo a otimização dos produtos.
Computação em nuvem: O termo computação em nuvem trabalha dados disponíveis na internet, gerando mais velocidade no acesso à informação, escala global, produtividade e confiabilidade de dados, agilizando dessa forma a tomada de decisão, pois os dados não são perdidos e podem ser acessados de qualquer ponto e a qualquer momento.
Segurança Cibernética: Com o crescimento da rede IoT, é imprescindível que as empresas invistam pesado em uma blindagem tecnológica, isto se resume à provedores mais robustos e alinhados para oferecer proteção e resolver problemas de falhas.
Realidade da Indústria 4.0 no Brasil
Recentemente, o ministério da economia, com o apoio do governo do estado de São Paulo, participou da Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial 2020 em Davos, Suíça. Neste evento foi apresentada a instalação do primeiro centro afiliado ao Fórum Econômico Mundial focado na indústria 4.0 (C4IR) no Brasil, que entrou em operação no primeiro semestre de 2020, segundo a nota publicada no site do Ministério da Economia. Abordando os principais desafios econômicos, sociais e de desenvolvimento, o centro visa acelerar e aumentar a adoção de tecnologias emergentes, como a Internet das Coisas e a Inteligência Artificial.
Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), estima-se que apenas 15% do total de empresas adotam a manufatura avançada. Sendo assim, o Brasil deverá aumentar consideravelmente o investimento nos próximos anos para essa nova tecnologia, e consequentemente, novas funções serão geradas, focadas no trabalho, na interação e coleta de dados de máquinas e processos. Além disso, o setor operacional – que realmente coloca a máquina para “rodar” – também terá que se aperfeiçoar e evoluir para o conhecimento desta tecnologia.
Indústria 4.0 em Linhas de Pintura
Linhas de pintura não se resumem somente a uma “sala de pintura e pistolas de aplicação”, mas sim em conjuntos de equipamentos e dispositivos que irão fornecer uma maior qualidade e produtividade, para que, fabricantes entreguem um excelente produto final, produzido de forma eficiente e autossustentável. Uma linha de pintura pode ser composta de um tratamento da superfície, um sistema para aplicação, um sistema pós-aplicação e um sistema de transporte de peças. E por que não estes sistemas trabalharem de formas integradas e autônomas?
Para isso e pensando de uma forma macro, podemos levar em consideração alguns pontos:
Quem irá pintar as peças? Como? A utilização de robôs em sua aplicação exemplifica bem a conectividade entre máquinas, e os processos são importantes no conceito de Indústria 4.0, pois para cada modelo de produto o robô deverá seguir uma receita e identificá-la de maneira adequada, podendo ser instalado um sistema de visão que identifica o modelo e transcreve para o robô essa receita.
Qual o controle de qualidade implantado? Há diversos pontos a serem avaliados no controle de qualidade. Um bom exemplo é a verificação de camada da aplicação, a qual também poderá ser feita através de um robô colaborativo. No contexto do tratamento de superfície, devem ser validados ao longo do processo: em um tratamento nanotecnológico ou de fosfatização, a duração de exposição do produto não pode ultrapassar um determinado tempo; esse monitoramento deve ser feito de uma forma instantânea, evitando assim que sejam geradas peças com não conformidade.
Como os dados são monitorados? Todos os dados de processo e qualidade podem ser disponibilizados em nuvem, sendo acessados de forma rápida e instantânea, gerando relatórios e auxiliando o setor de manutenção nos planejamentos de preventivas. Além disso, os dados são utilizados no controle e planejamento de produção, pois saber quais são os pontos críticos e onde eles estão ajuda na prevenção e correção de erros.
Qual o consumo da linha? Assim como no dia a dia nos importamos com o consumo do nosso carro por quilômetro rodado, qual o consumo da linha por metro quadrado pintado? Para este tópico, podemos trabalhar com sensores ao longo da linha, os quais irão informar dados de consumo de energia, gás, água e, associando com a quantidade de operadores, horas trabalhadas e quantidade de peças pintadas, gerando relatórios de consumo x produção.
Por fim, é um grande erro pensar que a 4° revolução industrial evoluiu ao nível máximo a indústria, pois, assim como foi a 3° revolução, onde iniciou a era computacional para controles de processos e máquinas, a 4° revolução é a continuação do aperfeiçoamento das máquinas, o que a torna aos nossos olhos infinita, de maneira que, sempre será necessário às indústrias e gestores das organizações a auto análise e o investimento nas mudanças tecnológicas, entendendo que certamente elas vêm – e em alta velocidade – para melhoria em máquinas e processos.